sexta-feira, 8 de março de 2013

Olga

Neste dia que se comemora o dia Internacional da mulher, minha postagem não poderia ser diferente. Olga sempre foi a minha fonte de inspiração. E eu não poderia deixar de agradecer ao Fernando Moraes que teve a grande sensibilidade de contar a história dela, num dos melhores livros que eu li na vida e também a minha amiga Carol, que foi quem me apresentou esta obra junto com tantas outras que mudaram o meu olhar.

Olga Gutmann Benário também respondia por Maria Bergner Vilar, Ana Baum de Revidor, Frida Leuschner e Olga Sinek

Militante política alemã de origem judia (1908-4/1942).

Primeira esposa do líder comunista brasileiro Luís Carlos Prestes, participa da organização da Intentona Comunista.

Olga Benário Prestes nasce em Munique, numa família burguesa - o pai era advogado, ligado ao Partido Social-Democrata. Ainda na infância começa a frequentar grupos políticos de esquerda.
Aos 15 anos entra para a Juventude Comunista, entidade ligada ao Partido Comunista, então na clandestinidade.

Em 1925 vai para Berlim, onde dá continuidade a seu trabalho de militância. Algum tempo depois é eleita dirigente do núcleo político do bairro de Neukölln.

Em 1926 é presa por traição mas liberada poucas semanas depois.

Em 1928 lidera uma cinematográfica investida ao tribunal para liberar seu companheiro Otto Braun. Os dois fogem então para Moscou onde Olga é aclamada, faz treinamento militar e carreira no Comintern.

Em 1934 Olga é designada para garantir a chegada segura ao Brasil do líder comunista Luís Carlos Prestes onde lideraria a Intentona Comunista de 1935. Deveriam se passar por marido e mulher para facilitar seu disfarce. Na longa viagem se apaixonam e chegam ao Rio de Janeiro casados.

Com o fracasso da revolução Olga e Prestes são presos e separados.

Na cadeia, ela descobriu que estava grávida de Prestes.

Olga empreende uma grande luta para ter sua filha no Brasil.O governo brasileiro recebeu um pedido de deportação da Alemanha, já governada por Adolf Hitler.

 Mas o governo Vargas como uma vingança pessoal contra Prestes se empenha e Olga, grávida de 7 meses, é deportada para a Alemanha Nazista. Lá é levada à prisão de mulheres da Gestapo no número 15 da Barnimstrasse.

Judia e comunista nascida em Munique, ela não teria chances em sua terra natal. Apesar de o advogado de defesa argumentar que o filho no ventre de Olga era cidadão brasileiro e não podia ser entregue a outro governo, o pedido de extradição foi aceito pelo Supremo Tribunal Federal.

Na madrugada de 27 de novembro de 1936, exatamente um ano após a fracassada revolução, nasceu Anita Leocádia, um bebê gorducho e saudável.

Leocádia, mãe de Prestes, fazia uma grande campanha na Europa pela libertação de seu filho, sua nora e neta. Por causa disso Olga teve permissão de permanecer com sua filha enquanto pudesse amamentá-la. 

Quando Anita tinha 14 meses ela foi retirada de Olga e entregue à avó Leocádia, fato que Olga só soube depois. 

Em 1938, Olga foi transferida para o campo de concentração de Lichtenburg.

Em 1939, chegou a Ravensbrück, onde só viviam presas mulheres. Ali, ela organizou aulas de ginástica e história para as colegas. Em 1942, mais uma transferência, desta vez para o campo de extermínio de Bernbug. Ali morreu, aos 34 anos, na câmara de gás.

Com o fim da Segunda Guerra, Olga foi cultuada na Alemanha como uma mãe que defendia os direitos do povo e foi vitimada pelo nazismo. Seu nome batiza ruas em seis cidades alemãs.

No Brasil, seu nome também dá nome a ruas, praças e escolas. Olga Benário deixou um exemplo de luta, determinação e sacrifício.

Em 1989, ela foi retratada pela atriz Betina Vianny na telenovela Kananga do Japão.

Em 2004, Camila Morgado interpretou o papel-título do filme Olga, dirigido por Jayme Monjardim.

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