segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Definitivamente... apaixonada por ela ♥

Demorei para ir ao cinema este ano, mais tambem comecei com o pé direito... o filme é lindo !!!

Preciso agradecer muuuuito ao Penpen porque se não fosse ele pagar a minha entrada, eu não teria ido e isso seria a pior coisa que eu teria feito na minha vida.


Coraline é baseado num livro escrito por Neil Gaiman, onde ele retrata temores humanos tanto para crianças como para adultos, do tipo Solidão, indecisão, tristeza. Este livro / filme é destinado para crianças, mais não qualquer criança ... seria para ''crianças especiais", que não engolem qualquer coisa por ai do tipo xuxa para baixinhos e etc ...



A história começa com a filha única Coraline (e que não a chamem de Caroline!) mudando-se com seus pais para um apartamento reformado, que antigamente era uma grande mansão. Nela, Coraline descobre uma porta que às vezes dá para uma parede de tijolos e às vezes para um outro mundo “quase” igual ao seu. Nesse novo e alternativo mundo, Coraline poderia aparentemente ser bem mais feliz que na vida com que estava acostumada.


Seus brinquedos têm vida própria, pode-se comer batatas fritas toda hora, sempre tomar refrigerante no lugar de água e ir dormir a hora que quiser.


Além disso, nesse mundo os pais de Coraline podem e querem brincar com ela todo o tempo.


O único porém é que, no lugar de olhos, eles têm botões de camisas costurados, e para Coraline ficar ali, deve também deixar sua querida outra mãe costurar um botão em cada um dos seus. Para a protagonista, tudo é uma simples questão de escolha ...


(Chega de Spoiler)




Essa distância necessária da pequena Coraline de seus pais ocupados é um dos pontos altos da narrativa de Gaiman. A história de Coraline nos faz pensar sobre os meses e os anos que pais perdem quando não vêem seus filhos crescendo por estarem ocupados demais, por serem responsáveis demais ou por serem, simplesmente, adultos demais.

O Gato preto



....Do outro lado da porta, pergunta ao Gato Preto se poderiam ser amigos.


O gato responde : “Sim, poderíamos ser amigos. Como também poderíamos ser espécimes raros de uma raça exótica de elefantes africanos dançarinos. Mas não somos. Pelo menos eu não o sou” .


Depois de perguntar seu nome, Coraline recebe a seguinte resposta : “Gatos não tem nomes... Vocês pessoas têm nomes. Isso é porque vocês não sabem quem vocês são. Nós sabemos quem somos, portanto não precisamos de nomes”.


Numa alusão a nossa infância, ele apresenta o pesadelo de cada um de nós: o de viver prisioneiro dos nossos próprios sonhos e desejos.


Próximo do final da narrativa, um dos personagens diz a Coraline: “E se você fizer tudo o que jurou que faria? E daí? Nada mudou. Você vai pra casa. Vai se entediar. Vai ser ignorada. Ninguém vai ouvir você, ouvir realmente. Você é esperta demais e quieta demais para que eles a compreendam.


Eles sequer sabem falar o seu nome. Fique aqui conosco. Nós te ouviremos, brincaremos e riremos com você. Sua outra mãe construirá mundo inteiros para você explorar e rasgar a cada noite quando tiver acabado. Cada dia será melhor e mais brilhante do que o anterior. Lembra-se da caixa de brinquedos? Não seria melhor o mundo construído daquele jeito e somente para você?...Se ficar aqui, terá tudo o que quiser!”


E é nesse ponto que Gaiman propõe à sua protagonista, e a todos nós, uma escolha entre ser deus e ser humano, tendo de um lado a realização completa de todos os nossos desejos, e do outro, a nossa vida como sempre a vivemos, com todos os seus pequenos grandes momentos de alegrias, dores, amizades, lágrimas, vitórias, tombos, desapontamentos e amores.


A pergunta que gruda em nossa mente é: “O que nós escolheríamos?”


Coraline não pestaneja ao responder: “Você realmente não entende não é? Eu não quero tudo o que eu quiser! Ninguém quer. Não realmente.


Que graça teria ter tudo o que se deseja? Em um piscar de olhos e sem o menor sentido? E daí?... É claro que você não entende. Afinal você é apenas uma cópia ruim de um ser humano. Talvez nem isso.” Quanto a nós, certamente escolheríamos o mesmo, se já não fossemos tão adultos.




Dias dos namorados ...

U.U...

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